O retorno do vaqueiro intergalático

"Navegam em naves movidas a pura vontade
E têm poderes realmente impressionantes
Não necessitam dar demonstrações disso
E nesse momento não seria interessante
Querem saber se a raça humana
Sabe dar o passo para evoluir
Ou se é pré-programada pra se destruir"

Ja estou a um tempo matutando sobre esse tema, fico me perguntando sobre motivos e porquês de o "destino" fazer com que linhas temporais insistam em se reencontrar. Não me dou bem com o conceito de ressignificar. Sempre preferi jogar fora o que não funciona e vida que segue. Dessa vez resolvi racionalizar, buscar explicações.. Não fosse caso pensado, seria um eco? 

Uma verdade é que desde que resolvi tentar a vida na cidade grande tive sede de experimentar, afinal as oportunidades realmente são muitas e a impressão que dá é que a gente precisa pular de um trem andando pra outro que está ao lado em outra velocidade e assim vou indo de trem em trem. Mas e quando a linha volta a se aproximar de uma que ja passou? Eu posso ser o maquinista ou vou sempre ser o responsável por fazer o autor da minha história ter que se virar pra escrever novos capítulos assim, em cima da hora?

Como tudo recentemente, levei pra terapia.

Racionalizei

Tudo o que retorna nos forma (?)

Para Freud, o que retorna é o que foi calado, o desejo expulso que volta fantasiado de sintoma, como um eco do inconsciente batendo à porta da consciência. Jung (meu preferido) diz que o retorno é convite: símbolos antigos, sombras e arquétipos emergem não para punir, mas para guiar, como mitos vivos pedindo passagem para que o ser se torne inteiro. Lacan ouve o retorno no tropeço da linguagem, no que falha, escapa ou repete, revelando que o sujeito não é senhor do próprio discurso. (Aqui eu já estava em fase de aceitação, tudo é caos!)

Nietzsche deu de murro na minha cara: e se tudo o que você vive tivesse que retornar infinitamente? O que você faria com a sua dor, senão amá-la? 

Para todos eles, o retorno é mais que repetição: é o motor da transformação. Seja como sintoma, sombra, desvio ou provação, o que retorna não é o passado, é a chance de se tornar quem ainda não somos.

Eu abraço :)

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NADA NA VIDA ME ASSUSTA!